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Gantz - Anime e Manga | Review

  • Foto do escritor: Lucas Abreu
    Lucas Abreu
  • 22 de jun. de 2017
  • 6 min de leitura

Professora, o Kurono tá de…


Opa, eai tudo bem?


O que falar do anime e manga de Gantz, simplesmente ambos são impressionantes do começo ao fim, com certeza não recomendado para qualquer público, mas uma aventura épica que te prende e te faz pensar um pouco mais no que é a vida.


Gantz foi para muitos um dos primeiros contatos com essa demografia por aqui, tanto pelo anime, como pelo mangá. O fato é que conquistou muitos jovens pela sua linguagem mais “direta”, ou pelas suas ilustrações ou até mesmo pelo apelo pornográfico ou de ação que a série apresenta desde o primeiro volume.


Porém, o tempo passa e a opinião de muitos sobre certas obras acaba se modificando. Por que? Por diversos motivos. Seja pelo cansaço em acompanhar um mangá, seja pela queda de rendimento do autor, seja pelas lacunas deixadas na história. As razões são várias.


Nesse review, veremos porquê Gantz ainda é um dos queridinhos de muitos leitores e um dos meus favoritos também, e mesmo com seus erros, ainda é uma leitura muito recomendada.


A HISTÓRIA


Tudo começa com a morte de Kei Kurono, um estudante comum, mas que por uma má sorte do destino se vê “obrigado” a ajudar seu amigo de infância, Masaru Kato, a salvar um bêbado que caiu nos trilhos do metrô. Até conseguem salvar o bêbado, mas não à tempo de poderem sair dos trilhos, assim sendo atropelados e indo parar em um quarto com uma grande bola preta. Logo é revelado pela bola que diz, "Suas vidas acabaram, como usarão suas novas vidas eu decidirei", então a bola preta diz que eles devem caçar um ser denominado “alienígena”. Sem respostas, porém cheios de perguntas eles se veem obrigados a seguir aquelas ordens.


Eles não sabiam o quão grande e impiedoso era "este mundo". Apenas ser obrigado a caçar "alienígenas" durante a sua "segunda vida"? Não.


CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS


Lançado no Japão de 2000 até 2013 na revista semanal Young Jump (Elfen Lied, Zetman, Tokyo Ghoul) e publicado no Brasil pela Editora Panini de 2007 a 2014, somando 37 volumes, Gantz é o mangá de maior sucesso de Hiroya Oku, mangaká um tanto quanto egocêntrico que diz preferir fazer seus mangás sem ler opiniões alheias. Além do mangá, Gantz foi animado pelo Estúdio Gonzo em 2004 rendendo 26 episódios (mas deixo avisado que o final é filler), além de três filmes live-action, 2 em 2011 com um final alternativo e um agora em 2017. Tanto anime, pelo Animax, quanto os filmes, pelos canais HBO/Cinemax, foram exibidos no Brasil.


Conheci o anime de Gantz no inicio desse ano (2017). E logo de cara fiquei fascinado por não aver nada de censura mesmo na versão dublada, que pena ter apenas 26 episódios então tive que partir pro mangá que não me decepcionou.


Gantz é um mangá que não deve-se esperar muito do roteiro, pois esse não é o objetivo dele. Desde o começo percebe-se a ação frenética, sem muito foco nos “porquês” já que tudo isso não importa por enquanto. O objetivo é sobreviver, mas a “realidade” é cruel demais. Claro que temos muitos esclarecimentos e até ótimas explicações para perguntas que poderiam ser consideradas impossíveis, mas ainda assim, o foco de Gantz sempre foi a ação em geral e o sentimento humano.


Um dos motivos por eu me apegar tanto a obra é o tratamento genial que Hiroya Oku dá ao "ser humano". Chorar por uma morte, sentir-se vivo, descobrir a importância de uma pessoa apenas depois de perdê-la, a grande barreira que o amor cria no seu raciocínio, até onde chegamos para alcançar a “felicidade”, a enorme ignorância do ser humano, a tristeza da guerra, os diferentes sensos de justiça. São tantos pontos abordados na obra que não consigo descrever tudo isso em poucas linhas.


Além da ação, o ser humano é o principal foco da obra.


O homem é um ser mesquinho, isso todos nós sabemos, mas Gantz vai até a raiz do ser para te mostrar todas as facetas que ele possui. Só que a obra não fica restrita apenas a “alienígenas”, adicionando “vampiros” (não exatamente como vocês estão imaginando) e até mesmo poderes paranormais. Mas fiquem tranquilos, já que o autor consegue fazer com que você aceite isso.


Matar um outro ser não é a mesma coisa que matar um igual? Onde está a linha do correto e do errado? O que é ser racional? Pode parecer estranho para vocês, mas mesmo eu não gostando do Katou devo concordar com os ideias dele pelo simples fato de ele ser o tipo de pessoa que pensamos não existir nos dias de hoje. Salvar os outros não é uma opção, é um dever. "Não faço isso por mim, faço isso por acreditar ser o certo", esse é o pensamento do personagem do começo ao fim.


Só que o ápice de Gantz se resume a um personagem: Kei Kurono. O contraste entre Kurono e Katou é absurdo, fazendo até que você escolha um “lado”. Todas as facetas do ser humano podem ser localizadas em um só personagem. Juro que vocês não tem noção de como gosto tanto desse personagem. Kurono começa sendo uma pessoa e termina sendo outra totalmente oposta. “O amor muda as pessoas” é uma verdade universal.


No decorrer do manga você consegue ter os mais diversos sentimentos pelo personagem, de ódio a identificação, de pena e até um "morra".


Mesmo com 37 volumes, Gantz não é um mangá com vários personagens cativantes, mas possui aqueles que se destacam, como Nishi, o Izumi e até mesmo Reika. Durante os últimos volumes da série o autor joga na sua cara o que o ser humano é e como ele trata aqueles que são chamados de “animais” ou até mesmo “seres inferiores”, demonstrando cada vez mais esse lado do homem.


Agora falando um pouco da arte, os desenhos da série levam como um grande “pé na roda” a computação gráfica. Grande parte dos cenários são feitos no computador, dando uma sensação as vezes de estranhamento, mas logo você acaba se acostumando e gostando cada vez mais. Já o traço de Oku melhora bastante conforme os volumes passam, primeiro o desenho é bem simples, sem muitos detalhes (tirando os cenários), depois ele fica bem detalhado e realista, mas você só vai perceber isso quando a história estiver encaminhando para o final. A evolução é muito grande, os últimos volumes têm uma arte realmente muito bonita.


Um dos problemas do autor é a pornografia desnecessária, principalmente no começo da obra. Geralmente ele utiliza ela muito bem, mas as vezes exagera, ou a coloca em um lugar onde não é necessária.


Para aqueles que acompanharam a série durante um bom tempo até o seu final, aconselho uma releitura, assim como fiz. Podem ter certeza que vão aproveitar muito, só não posso afirmar se vai ser como dá primeira vez que leram.


COMENTÁRIOS FINAIS


Mesmo que você ainda não tenha tido nenhum contato com Gantz já deve ter ouvido falar do tão polêmico final. Grande parte dos leitores dizem que é péssimo, mas, diferente deles eu tenho uma outra opinião. Gantz sempre foi um mangá de muitas perguntas e poucas respostas, do começo ao fim. Várias não foram respondidas e nem por isso a obra perdeu o seu brilho. Mesmo com o final cheio de perguntas em aberto a obra consegue fechar muito bem, mas é claro que como um leitor, gostaria muito de ter tido essas respostas.


Gantz é aquela obra que cria um vínculo com você, e por menor que ele seja vai ter alguma coisa que vai sempre ficar contigo, pelo menos eu sinto isso. O “sentimento humano” demonstrado ali com certeza vai ser levado por mim para as mais diversas áreas, até para a maneira de viver. Pode parecer algo estranho, mas é assim que me sinto em relação a obra e espero que vocês consigam “ver” algo dessa dimensão.


FICHA TÉCNICA DO MANGA


Alternative Titles


English: Gantz

Synonyms: Gantz/Osaka

Japanese: ガンツ



Information


Type: Manga

Volumes: 37

Chapters: 383

Status: Finished

Published: Jul 13, 2000 to Jun 20, 2013

Genres: Action, Drama, Ecchi, Horror, Sci-Fi, Supernatural, Psychological, Seinen

Authors: Oku, Hiroya (Story & Art)

Serialization: Young Jump



Pontos Positivos

  • Adrenalina e ação na leitura do começo ao fim;

  • Personagem principal tem um desenvolvimento absurdo. Provavelmente uma das maiores mudanças de protagonistas;

  • Não se apegue a ninguém. O autor não tem medo de matar personagens.

Pontos Negativos

  • Falta de respostas, deixando o mangá terminar com diversas lacunas em branco;

  • Pornografia em momentos desnecessários, como simples fan service e sem contexto na história necessariamente;

  • Oku cria personagens demais e as vezes não sabe muito bem o que fazer com eles. Personagens muitas vezes bons, mas que acabam não possuindo tanto carisma para o leitor.



NOTA FINAL: 9 / 10

* * *

É isso pessoal, espero que tenham gostado e que possam assistir e até mesmo ler.

Você conhece o anime? Me conte nos comentários o que acha!

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